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Conclusão

      Chego ao fim deste projeto, pelo menos em seu escopo inicial, que estará indexado e destacado neste blog. Talvez este projeto se torne um livro, mas certamente aqui está a semente de um pensamento que eu creio que seja forte o suficiente para lidar com a pós-modernidade. Ao menos é forte o suficiente para mim, pois suporta meus próprios questionamentos acerca do que é a realidade, a verdade e também me guia para descobrir sobre o que é a vida. Neste sentido, posso dizer que o que escrevi aqui é um pensamento pós-moderno, pois ajuda a um único indivíduo, e pode ajudar mais, mas o primeiro passo já foi dado, que é ajudar a um.      Em um breve resumo do que foi tratado aqui, inicialmente apresentei a jornada do herói como ferramenta básica para interpretar a jornada humana durante sua vida. Este é um pensamento base que pode ajudar a pensar o viver humano em diversas esferas e pode lançar premissas sobre como uma sociedade deve ser moldada. A seguir, comentei sobre a

Cristianismo e política - fiel no pouco, fiel no muito

Esta postagem é uma continuação direta da anterior ( link ): -----     Por fim, no Brasil observou-se uma onda de cristãos querendo atuar no mundo da política como uma forma de 'fazer as coisas funcionarem'. O que se observou-se, na realidade, nada mais foi que um projeto moderno. No entanto, parte disso aconteceu, acredito eu, pela própria estrutura da pós-modernidade. Explico: a modernidade gerou a democracia, que cria instituições capazes de lidar com a vida humana de tal modo que a religião pareceu tornar-se desnecessária para a modernidade. Porém, a democracia levou ao cenário pós-moderno, que é apático ou espetacularizado, mas individualista. Assim, o cristianismo respondeu com um projeto moderno, mas cuja proposta é destruir a própria modernidade, que na realidade já é a pós-modernidade.     Particularmente eu não acredito que possamos dar um passo para atrás, abandonando a modernidade e, portanto, suas instituições. Vejo na democracia uma grande qualidade,

A globalização do cristianismo e suas implicações

       Na postagem sobre os três reinos, foi comentado que modernamente estamos principalmente sobre a influência de três corpos: o religioso, o político e o científico. No entanto, desde o começo do blog, comento também que a pós-modernidade está ou deixando o ser humano em um estado apático ou espetacularizado. O problema desses dois estados é que, primeiro, estamos rumando à uma organização social não sustentável e, segundo, eles impossibilitam a construção de um tecido social mais complexo. Isto porque tanto a apatia quando a espetacularização da realidade são movimentos individualistas. Como consequência, há a falência dos próprios corpos modernos citados inicialmente.       Uma demonstração dessa falência são as sociedades ocidentais que, embora democráticas, não conseguem construir projetos nacionais enquanto as sociedades mais orientais estão conseguindo fazer isso, mas não em modelos democráticos. Além disso, também observa-se uma constante dificuldade em construir uma coorden

Uma revisão sobre a normatividade cristã

     A postagem de hoje é uma revisão sobre a normatividade cristã. Antes de entrar neste tema, uma contextualização: com o recente crescimento dos evangélicos perante ao recuo da igreja católica, a face da sociedade brasileira começou a se modificar. Isto porque, ou estes evangélicos se fundamentam em uma teologia ortodoxa e muitas vezes agressiva com os pressupostos pós-modernos, ou não alcançaram maturidade teológica o suficiente para comportar seu tamanho, o que os leva a percorrer caminhos perigosos.      Também é possível perceber um crescente número de desigrejados , cristãos que desiludidos pelas instituições cristãs ao seu redor, preferem servir a Cristo da sua própria maneira, e pequenas igrejas, que buscam ter uma forte fundamentação teológica, mas ao se depararem com as questões pós-modernas se voltam ao lugar seguro da tradição e, por isso, se parecem cada vez mais com as tradicionais a medida que crescem, ou não conseguem crescer.     O objetivo de hoje é sintetizar o

Masculino, feminino e sagrado

    A postagem de hoje terá um pé na filosofia e outro na teologia. Isto porque será sobre as forças energéticas: masculino, feminino e sagrado. Chamo estes conceitos de 'forças energéticas' por falta de palavra melhor, mas também, como será demonstrado a seguir, também está relacionado com potencial de ser. Trarei aqui, primeiramente, uma justificativa para a escolha de exatamente três forças, não mais, não menos. Depois um contexto biológico para entender a escolha da nomenclatura para então entrar nas definições propriamente ditas. Por fim, falarei da conexão entre essas definições num contexto cristão.     Como será possível observar a seguir, o objetivo deste texto não é construir uma definição para definir o que é certo ou errado, mas somente construir uma linguagem para trazer organização à discussão pós-moderna acerca sobre o ser humano e suas potencialidades. Para além disso, também interessa-me preparar a teologia cristã para lidar com todo esse contexto, uma vez que

Arte como proto-orgainsmo

    Hoje a postagem será rápida. Portanto, vou fazer aqui um breve resumo sobre a aventura neste blog: tenho me sentido bastante satisfeito em sintetizar essas ideias de maneira mais estruturada. Durante a revisão para escrever, também estou desenvolvendo coisas novas. Sinto que já cheguei em mais da metade do conteúdo que desejo colocar aqui, embora os próximos conteúdos comecem a ficar um pouco mais complexos, acredito que a base está boa e os objetivos bem definidos, então resta ter paciência para fechar todo escopo pretendido. Acerca da postagem de hoje, o que vou falar são pensamentos que tenho amadurecido recentemente, mas acredito ter chegado em uma boa definição. Como hoje só vou falar sobre isso, vou discorrer um pouco mais sobre essa definição. Hoje falarei sobre a arte. Arte      Neste blog já foi definido que a filosofia é um proto-organismo, pois tem autoridade, linguagem e produção. A arte, por sua vez, também é um proto-organismo, mas com uma peculiaridade que a torna d

Hierarquia das Adorações

     Hoje pretendo escrever sobre um tema que eu já vi um autor tratando algo parecido, o Herman Dooyeweerd, mas eu acredito estar adicionando alguma interpretação minha sobre o assunto. Trata-se da hierarquia das adorações, um importante tópico que será referenciado futuramente em outras postagens. Antes de tratar sobre a hierarquia, tratarei sobre a definição, mas a importância desse tópico se dá pela tentativa de harmonizar na teologia cristã a complexidade do mundo atual assim como resolver o dilema da dualidade matéria e espírito. Este é um tópico cuja introdução poderá ser entendida através da filosofia dos organismos sociais, mas em seguida eu trarei algumas observações cristãs sobre o assunto. Adoração      Uma definição simples e artificial sobre adoração é a seguinte: adoração é tudo aquilo cuja finalidade é si mesma. Ou seja, quando o ser humano realiza um desejo, esse desejo pode estar relacionado com outro desejo ou pode ele mesmo ser o fim. Se ele for o fim, então é ador